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Foto espacial do planeta Terra.

A arte possui o poder de encontrar em seus diferentes formatos caminhos para entreter, nutrir e transformar pessoas. É com excelência que o documentário Nosso Planeta, lançado pela Netflix em parceria com David Attenborough e WWF (World Wide Fund for Nature), atinge esses três pontos.

Se você não conhece a série documental, vai se apaixonar por ela nas primeiras imagens. Gravada durante quatro anos, com a ajuda de mais de 600 pessoas e passando por 50 países ao redor do mundo, ela reúne imagens nunca antes vistas da Terra.

Pautado pelo preceito de que “nunca foi tão importante entender como a Natureza funciona”, frase de Attenborough, Nosso Planeta é uma homenagem à capacidade de se reconstruir e de se reinventar da Natureza, ao mesmo tempo que nos lembra que, ainda assim, ela pode ser apoiada por nós.

Para entender mais sobre o documentário, quais os episódios, quem é seu criador e qual a relação dele com a regeneração do planeta, continue a leitura!

Nosso Planeta: o documentário

Nosso Planeta, da Netflix, (em inglês, Our Planet) é um documentário dividido em oito episódios que reúne imagens feitas ao redor do mundo – e pela primeira vez registradas – sobre a vida selvagem, a beleza natural da Terra, as extraordinárias criaturas vivas, as mudanças climáticas e o impacto que elas estão ocasionando para nossa existência.

A riqueza de detalhes advindas das filmagens em tecnologia 4K se fundem à qualidade de som e nos transporta para dentro das cenas. A proximidade (por mais que virtual) das belezas naturais desperta um sentimento de conexão e de sensibilidade, tornando o documentário narrado por Attenborough inovador e visionário.

A cada episódio, conhecemos e nos aproximamos mais do lugar o qual chamamos de lar: nosso planeta. Ao final do texto, reunimos uma lista com cada episódio comentado. Continue a leitura e confira!

Quem é David Attenborough?

Nascido em 1926, em Isleworth, Londres, David Frederick Attenborough é um naturalista conhecido mundialmente por seus documentários e por seu ativismo acerca de questões ambientais e ecológicas em seus 94 anos de existência.

Na extensa lista de trabalhos desenvolvidos por Attenborough, são exemplos os A Vida na Terra, Planeta Azul, Planeta Terra, Nosso Planeta (disponível na Netflix desde 2019) e seu mais novo relato pessoal, também disponível no serviço de streaming, David Attenborough – Uma vida em nosso planeta. Confira o trailer:

Atualmente, David vai além da documentação das espécies vivas e do relato de como todos estamos conectados. O naturalista participa ativamente de eventos sobre a pauta ecológica, tornando mais conhecida a necessidade de regenerar o mundo para que desastres sejam evitados.

Em seu documentário David Attenborough – Uma vida em nosso planeta, imagens de seus trabalhos se únem à narrativa para ilustrar como, desde o nascimento de David, a Terra vem passando por mudanças, como o crescimento da vida humana, o aumento da emissão de carbono e a diminuição assustadora da vida selvagem.

Ao mesmo tempo em que temos uma aula de história, de ciências e de pautas atuais, entendemos como o ser humano é parte da natureza, não um elemento externo a ela. Como afirma o próprio naturalista: “Neste mundo, uma espécie só prospera se outra prosperar também”.

Para além dos ensinamentos e da consciência que o documentário gera, David compartilha conosco sua visão de futuro pautada em regeneração e na construção de ambientes em que vivemos em conjunto com o todo, demonstrando como o futuro depende da ação humana.

A visão de futuro possível de David Attenborough

Ainda em seu documentário pessoal, David relata sua visão para um futuro possível e quais mudanças precisamos implementar em nossos hábitos, como seres humanos, para construí-los. 

O primeiro ponto comentado por Attenborough se relaciona com as energias sustentáveis, principais meios para reduzir a emissão de gases na atmosfera, diminuir os impactos ambientais causados por poluentes e melhorar a qualidade do ar.

Hélices para geração de energia eólica em campo aberto.
Hélices para geração de energia eólica, fonte sustentável.

Repensar as áreas de pesca e criar regras para melhorar a qualidade da água também é uma ação fundamental. Desenvolver ambientes propícios e seguros para que peixes e animais aquáticos consigam se reproduzir é uma maneira de preservar ecossistemas marinhos e fluviais saudáveis.

O terceiro ponto salientado por David é a necessidade em diminuir trabalhos e avanços agrícolas, visto que florestas e habitats naturais cada vez mais são devastados para que a atividade progrida. 

O que nos leva à quarta ação para criação de um futuro possível exposta pelo naturalista: repensar nossa dieta. Quando diminuímos o consumo de carne, estimulamos a plantação de plantas, de ambientes verdes e de soluções ecológicas para a alimentação (além de, geralmente, mais baratas).

Por fim, David pontua a necessidade urgente de diminuir o desmatamento e a ação humana sobre ecossistemas. Dessa forma, ele propõe uma regeneração completa de diferentes sistemas naturais, defendendo que a melhor maneira de construir um futuro agradável e propício à vida humana é nos tornando conscientes de que somos integrantes da Natureza, não uma parte dominante dela (como temos feito por anos).

A cultura regenerativa e seu papel para um novo mundo

A cultura regenerativa tem como base a co-responsabilidade, na visão sistêmica do mundo, na tomada de consciência sobre nossos impactos na Terra e em ações para construir um mundo novo e possível para todos.

Ela se relaciona diretamente com os elementos propostos por David, os quais são focados em entender toda a existência como correlacionada e parte de um todo: a vida na Terra. Na Natureza, todos somos iguais, da menor formiga ao maior elefante. Os seres humanos, portanto, fazem parte disto e a única coisa que nos distingue é a habilidade cognitiva.

É justamente a inteligência e, sobretudo, a sabedoria por trás de nossas ações que deveriam construir uma realidade pautada em respeito e em coletividade

Lista de episódios

Para descobrir o que esperar de cada episódio da série documental narrada por Attenborough, separamos o tema central de cada episódio e quais imagens ocuparão. Espie só:

Episódio 1: Um só planeta

A abertura da série acontece por meio de um episódio com cerca de 50 minutos, que passa por cada uma das diversidades naturais encontradas na Terra. Pássaros que se jogam ao oceano, anchovas sendo caçadas, gnus que enganam cães selvagens e outros componentes dos habitats são exibidos, cena após cena, para ilustrar como os seres vivos estão relacionados entre si.

Pássaro dando um rasante na água.
Cena do documentário Nosso Planeta, da Netflix. Foto: Reprodução | Instagram

Em Um só planeta conseguimos visualizar como as relações globais influenciam a diversidade de vidas encontradas ao redor do globo.

Episódio 2: Mundos congelados

A partir de uma visão do todo, a série documental começa a afunilar os registros. No segundo episódio, acompanhamos ursos-polares, pinguins, focas e leões-marinhos ao mesmo tempo em que entendemos como as mudanças climáticas têm destruído os paraísos congelados do mundo.

Em Mundos congelados, descobrimos que os polos são umas das últimas regiões selvagens que restam na Terra. Com o aquecimento global, esse universo de gelo está desaparecendo cada vez mais rapidamente, influenciando a vida existente nele e além dele.

Revoluções tecnológicas e energias limpas e renováveis são as únicas maneiras de salvar os Mundos congelados. Esse capítulo de Nosso Planeta analisa e comenta cada um desses tópicos.

Episódio 3: Selvas

Esse episódio relata como toda parte é essencial nas selvas, os ecossistemas mais antigos e repletos de variedades no planeta. As espécies constituem micromundos conectados e dependentes entre si.

Em Selvas, percebemos que a vida evoluiu moldando cada nicho ao mesmo tempo em que um alarme soa para o fato de que o desmatamento está acabando com a variedade de espécies. A premissa do episódio está em proteger, administrar e valorizar o que restou, sem derrubar mais uma árvore sequer.

Episódio 4: Mares costeiros

Noventa por cento das criaturas marinhas ocupam o habitat foco deste capítulo da série: as costas dos mares. Tubarões e ouriços-do-mar entram em foco para ilustrar como animais e comunidades de plantas trabalham juntos para a saúde do planeta e da humanidade.

Recifes de corais com peixes e pedras ao redor.
Corais e peixes constituindo a incrível vida dos mares costeiros. Foto: Reprodução | Instagram

Os mares costeiros são, também, zonas queridas para pescadores. O propósito desse episódio é nos atentar para a falta de proteção desses ecossistemas, relacionando essa necessidade com a saúde do planeta.

Episódio 5: Dos desertos aos campos

Dos desertos aos campos retrata a imensa vida por trás do que já ocupou um quarto do nosso planeta. Atualmente, nós, seres humanos, transformamos-os em terras de cultivos e rebanhos selvagens em agrupamento de animais domésticos.

A beleza por trás de elefantes, bisões, lagartas e guepardos traz a empatia nesse capítulo da série. Ao mesmo tempo, somos convidados a repensar nossa dieta alimentar e nossa agricultura a fim de proteger e guardar os campos e desertos restantes no mundo.

O episódio traz, ainda, um dado alarmante: 96% dos mamíferos encontrados na Terra atualmente possuem relação com interesses humanos. O restante (4%) é a soma de todos os mamíferos selvagens. Esse número demonstra como a Natureza está desaparecendo sob o domínio de nossas ações, de forma que precisamos repensar a maneira como lidamos com ela  com urgência.

Episódio 6: Oceanos além das fronteiras

Além da costa, oceanos e mares profundos abrigam criaturas incríveis e belas, muitas nunca vistas pelo olho humano. Nesse capítulo, descobrimos que os altos-mares são os maiores ecossistemas do mundo, necessários para toda a existência e sem donos.

A falta de regulamentação formal que oficialize as atividades realizadas em alto-mar causou uma grande devastação da vida selvagem presente na ponta em que conseguimos tocar deste habitat.

Por outro lado, Attenborough salienta como é também neste espaço que a preservação das baleias tem sido um dos maiores sucessos da conservação ambiental. A urgência, agora, é encontrar uma forma de proteger e compartilhar as belezas vindas do espaço além da costa.

Episódio 7: Água doce

A maior necessidade da vida na terra, água doce, toma a tela no sexto episódio de Nosso Planeta. Ele retrata como cada gota é vital e, para além disso, finita. Cachoeiras, rios e seres vivos compõem as imagens extraordinárias desse capítulo.

Ao mesmo tempo, David Attenborough salienta como a alteração do fluxo dos rios tornou impossível que determinadas espécies tivessem acesso à fonte de vida mais natural e necessária da Terra. Ele explica, ainda, como precisamos repensar e nos conscientizar sobre o consumo de água doce.

Episódio 8: Florestas

As florestas são habitats em que toda a vida estabelece relação de interdependência. Sem elas, não conheceríamos a vida da forma que ela existe. Ainda assim, devastamos e destruímos extensões gigantescas desses ecossistemas.

natureza crescendo sobre prédios da cidade fantasma de Chernobyl.
Em Florestas, último episódio da série, temos a certeza de que o mundo irá se recuperar se fizermos nossa parte. Foto: Reprodução | Instagram.

Novamente, espécies de animais e cenas incríveis comovem o telespectador. Além disso, o último episódio da série documental vem com esperança: demonstra a capacidade de regeneração e de reconstrução do nosso planeta. É a imagem clara de que, com ações bem direcionadas e conscientes, conseguimos um futuro diferente do presente.

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